quarta-feira, 9 de julho de 2008

Trees of Alentejo


...
Trees! Hearts, souls that cry,
Souls equal to mine, souls who ask
In vain remedy for so much regret!
...
Florbela Espanca


Árvores do Alentejo

Horas mortas... curvadas aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol postonte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
-Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

4 comentários:

Raquel Sabino Pereira disse...

Nem mais! E, de preferência, um lugar ao Sol também para nós!!

Sabes quando a nossa amiga Mary Jo (lol) faz anos???

George Townboy disse...

What an exquisite photo, and accompanied by a beautiful poem!! You are so artistic!

Small City Scenes disse...

Why are you so full of regret in this beautiful picture? MB

Flying Solo disse...

Olé Sailor! 13 de Julho :)

Thank you George :) the poem is from Florbela, I cant write them but sometimes I just love them!

MB: Its a poem from Florbela Espanca who was from Alentejo, It is har regret and I thought it fit the photo.